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Os investimentos do fundo de pensão e os desejos do “mercado” e governos

Foto do escritor:  Vinícius Camargo – Conselheiro Deliberativo da PETROS Vinícius Camargo – Conselheiro Deliberativo da PETROS

Por Vinícius Camargo, Diretor Sindical do Sindipetro-RJ/FNP eleito pelos trabalhadores ao Conselheiro Deliberativo da PETROS


SEJA BOATO OU FATO... QUE DA REAÇÃO, PASSEMOS À MOBILIZAÇÃO!

Caros participantes da PETROS, considerando todo o impacto que a notícia de que o governo federal buscava recursos nos fundos de pensão com o intuito de impulsionar os investimentos do PAC e outras que voltaram a circular a partir de agosto/2024 e se repetem em dezembro/2024, consideramos que é mais do que legítima a reação de várias categorias e participantes de entidades fechadas de previdência e que a mesma fortalece Conselheiros e Diretorias que estejam preocupadas com a sanidade das carteiras de investimentos de cada plano que sua entidade tem a responsabilidade da gestão ou com algum atropelo à Governança. Partindo daí, vimos e vemos nossos grupos de zap ferver em indignação. Bom. Mas seria melhor conseguirmos juntos transformar também em mobilização pública. A causa é mais do que justa. Os entes envolvidos são mais do que responsáveis e capazes ($$$) de responder e honrar o devido. Se não constituirmos esse movimento também nas ruas, não influenciaremos nenhuma potencial negociação.


Prover garantias e honrar dívidas

Ao passo que o Governo deseja prover recursos da poupança nacional, privada e pública, para investimentos de longo prazo, visando impulsionar o desenvolvimento econômico e tecnológico, melhores empregos e rendas, que de fato é o que podem fortalecer todo o sistema de previdência complementar devido ao restabelecimento de um ciclo virtuoso para o crescimento, resta estabelecer reais garantias às entidades de previdência, daqui para frente, bem como, a partir das direções das Patrocinadoras dos diversos planos fechados e, especialmente públicos e estatais, assumir os danos econômicos e financeiros de exigida política anterior, e honrar as referidas dívidas (📃 DOSSIÊ PETROS – https://sindipetro.org.br/wp-content/uploads/2024/06/Dossie-PETROS.pdf ), a fim de restituir os direitos de aposentadoria da categoria petroleira e demais categorias que convivem com descontos contra suas aposentadorias e pensões, para os quais não deram causa, advindos de malfadados déficits e PEDs.


O papel do Estado

E o seu sequestro

Ainda, mas não menos importante, a submissão do Governo aos limites de seu arcabouço fiscal, sua tentativa de conciliação com os interesses dos bilionários e do mercado financeiro mundial, combinada com uma classe empresarial escravocrata e capataz de interesses internacionais, concretamente impedem o Estado de executar até o típico papel de promotor de um balcão de negócios, em favor do grande empresariado ( https://youtu.be/D5_Ke8g4ttc?si=ZNr9SKI1pBYy8zI0 e https://youtu.be/Kx9ZF6EEU0Q?si=vB7Yifb9xIGXpnTo ), e mesmo para uma inserção subalterna na divisão internacional do trabalho. Isto é, o mesmo arrecada aquém dos custos de sua dívida e custeio (promovendo, comparativamente, subsídios, isenções e renúncias fiscais para os mais ricos); não aloca recursos a partir dos gastos e investimentos públicos; e nem realoca recursos entre os diversos setores econômicos, através da tributação, para promover a reindustrialização com o desenvolvimento dos setores em que não há capacidade instalada ou a mesma esteja por ser totalmente consumida pela demanda corrente. Tudo culminando em uma construída dominância fiscal, com juros estratosféricos, em que se inviabiliza a priorização racional de investimentos produtivos e viáveis, em favor ao rentismo e à grande agiotagem nacional e internacional, à financeirização do Estado e da economia, ao eterno saque do país dirigido pelo Deus Mercado. Nesse cercadinho da conciliação, “sobra” às reservas previdenciárias e de aposentadoria dos trabalhadores atender interesses de financiamento subsidiado do grande empresariado nacional e internacional, envolvendo até prejuízos bilionários às entidades de previdência complementar fechadas de trabalhadores. De nossa parte, afirmamos: NOVAMENTE, NÃO!


Como diz o Sinedino...

De todo modo, ficaremos todos alertas quanto a estas possíveis mudanças e a quaisquer impactos na PETROS. Pois é o olho do dono que engorda o gado.


A governança da Petros

Sem deixarmos a devida vigilância, é importante esclarecer que uma flexibilização de normas para investimentos por parte do Governo não implicam em direta alteração das políticas de investimentos da PETROS ou de seus padrões de Governança. O que muda lá, não deve mudar, automaticamente, aqui. Dito isto, convém posicionar que a governança da PETROS para aprovação/gestão de investimentos foi aprimorada no último período, inclusive, para evitar se repetir erros que tem reflexos até hoje nos PEDs com os quais a categoria convive. Do estrito ponto de vista liberal de gestão, a PETROS é signatária tanto dos Princípios para o Investimento Responsável (PRI, na sigla em inglês) – iniciativa de grandes investidores em parceria com a Organização das Nações Unidas (ONU) e em prol do desenvolvimento sustentável, incorporando aspectos ambientais, quanto do Código de Stewardship da Associação de Investidores no Mercado de Capitais (Amec) que contempla aspectos ambientais e sociais, princípios, valores e iniciativas de governança e de gestão de investimentos (Link 🔗 https://www2.petros.com.br/documents/20121/342125/principios_petros_de_invest.pdf/172bd2dd-255f-faeb-f31a-62413985e6d4?t=1652385412750 ). E foi reconhecida e classificada pela agência de classificação de riscos, Fitch Ratings, pelo, terceiro ano consecutivo, como uma gestão de investimentos “forte”. A nota concedida é a segunda mais alta da escala de avaliação, com perspectiva de estabilidade (🔗 Link – Notícia Fitch Ratings https://www2.petros.com.br/web/guest/w/fitch-ratings-chancela-qualidade-da-nossa-gest%C3%A3o-de-investimentos ).

Portanto, segundo referências desse mercado, seus controles foram e estão sendo aprimorados, mas nada como prevenção e caldo de galinha, pois vimos a fraude da AMERICANAS e o Grupo 3G contra os desavisados do mercado, o caso ENRON – revelado no filme “Os mais espertos da sala”, ou a própria fraude das agências de rating na crise de 2008, mais do que documentado em “Inside job” ou “Trabalho interno” produzido pela Sony Pictures.


Frutos da luta política e técnica de anos

É importante lembrar que toda a luta da recusa das contas por 17 anos consecutivos, o levantamento dos 70 maus investimentos, as exigências de revisão de normas e controles internos, limites de competência, auditoria e da instituição de um comitê de investimentos, contribuíram sobremaneira para a evolução da instituição e de todo o seu processo de aprovação e gestão de investimentos. Passamos a ter Comitês de Investimentos e de Riscos com membros externos independentes, selecionados no mercado, assessorando as decisões, e sistemas, processos e práticas da Fundação alinhados aos melhores padrões internacionais de governança e controle.


A gestão de investimentos propriamente dita e mais especificamente dos Fundos de Investimentos em Participações (FIPs)

Quanto a potenciais investimentos, especialmente em FIPs, a PETROS registra seus limites no seu relatório anual de 2023:

”Em relação aos investimentos estruturados, seguiremos atuando na readequação da carteira de Fundo de Investimentos em Participações (FIPs), de acordo com o perfil dos planos, e no fortalecimento da governança para conferir maior segurança e robustez a essa classe de ativo, alinhada às melhores práticas da indústria no mundo. Como parte desse trabalho, a Petros está estudando a possibilidade de realizar projeto piloto em FIPs, especificamente nos planos PP-2, FlexPrev, Misto Sanasa e no Plano de Gestão Administrativa (PGA). Qualquer alocação, porém, dependerá de uma série de critérios técnicos e rigorosas análises de mercado e de risco, e precisará, ainda, passar por amplo processo de aprovações das instâncias de governança: Comitê de Investimentos (Comin), Diretoria Executiva e Conselho Deliberativo da Petros. *Para os demais planos, seguem vedadas as alocações em FIPs*.”


Assim, não há a perspectiva de novos investimentos em FIPs nos PPSPs e as condicionalidades impostas aos próprios projetos pilotos são impeditivos ainda por serem sanados.

🔗 Link – Relatório Anual PETROS 2023


A postura dos gestores

Registramos, ainda, que não vimos por parte do Diretor de investimentos anterior e nem do atual (interino), bem como por parte do atual Presidente da PETROS quaisquer pressões ou ansiedades sobre o tema que, também por nós, será tratado com o cuidado técnico que merece visto a má experiência da categoria com resultados ruins aos planos. Também, por isso, como vimos, os FIPs estão vetados de forma geral e condicionados a projetos pilotos, também submetidos à condicionalidades, e somente em planos que podem se beneficiar dessa categoria de investimentos devido ao nível de maturidade dos respectivos planos e a gestão de riscos que pressupõe uma seleção de gestores de reconhecida performance na gestão desta modalidade de investimento, as garantias disponíveis, os limites de aporte por FIP e a diversificação, por exemplo.

Mas a mídia corporativa neoliberal segue com seus ataques e “sugestões” administrativas que afetam, principalmente os conselheiros eleitos.

O gasparsinho e os nossos medos

E quanto às inúmeras ilações em relação a interesses e pessoas no novo artigo da Malu Gaspar (dez/2024), fica claro que, se fosse verdade: Gazaneo acabaria morto como queima de arquivo; Vaccari ascenderia à semelhança de Lex Lutor e o PT dominaria o Governo Central do Mundo já, nos próximos três anos. Registramos, desde dezembro de 2023, por veto expresso ou condicionalidades, os investimentos em FIPs está inviabilizado.



Mas, uma coisa é mais do que certa, a roubalheira institucional e legalizada da especulação cambial combinada com a agiotagem da dívida pública, por si, já inviabiliza uma opção racional para investimentos em FIPs. Isto é, a parcela rica ou remediada da sociedade, teve, e tem, mais uma vez, na instabilidade do Governo, e após faturar com a especulação do dólar, a chance de contratar taxas de juros estratosféricas e livres de risco ao passo de também poder aproveitar a desnaturação dos preços dos ativos brasileiros em bolsa de valores. Enquanto isso, restará mais dívida e inflação contra quem só perde com as duas. E Malu Gaspar não escreve nenhum capítulo desse que seria um documentário e não mais um capítulo de suas novelas.

Para saber mais sobre como a PETROS executa a Gestão da Carteira de investimentos, visite o site “Como Investimos” e clique em “Carteira de Investimentos”. 👇🏼

🔗 Link


Veja o nosso artigo anterior https://www.conselheiroseleitospetros.com/post/se-houver-desconfian%C3%A7a-n%C3%A3o-ter%C3%A1-meu-voto Vinícius Camargo é Diretor do Sindipetro-RJ/FNP eleito pelos trabalhadores ao Conselheiro Deliberativo da PETROS

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